
Cada um de nós precisa de algo em que acreditar. Algo em que possamos depositar todos os nossos sonhos e esperanças. Algo no qual possamos nos segurar, quando estivermos prestes a cair. Algo que não nos permita desistir. Algo mais grandioso do que qualquer um de nós. Então, nós nos prendemos ao amor. Por alguma razão, passamos a crer em um sentimento supostamente gigantesco, capaz de mover montanhas e dezenas de outras metáforas nonsense. A maioria das pessoas cresce com esse conceito, de que existe algo tão incrivelmente forte a ponto de mudar alguns.
Faz parte da condição humana desenvolver essa esperança patética, simplesmente para poder culpar algo que não a si próprio. Todo mundo precisa disso, saber que há a possibilidade de culpar algo além de nós mesmos; torna as coisas mais fáceis, mais contornáveis. Também podemos culpar pessoas ao nosso redor, pela mesma comodidade que é fazê-lo. Todos damos o nosso melhor para conseguir enfrentar a vida numa boa e cada um, a sua maneira, sabe como é difícil.
A verdade é que todos nós temos medo, mas vergonha para admiti-lo. Qual é, é natural ter medo. Mas a melhor parte de encará-lo, é admitindo-o. Porque se soubermos o que tememos, teremos uma chance maior de vencê-lo. Melhor ainda, podemos usá-lo. Para que, então, possamos seguir em frente, de uma maneira ainda melhor do que a anterior. Não existe um manual que nos indique o melhor caminho a seguir ou a melhor forma de contornar uma situação; são escolhas que cabem somente a cada um de nós. Às vezes, precisamos de uma ajuda para enfrentar o que tememos. O problema é que nem sempre podemos contar com uma ajuda efetiva.